sexta-feira, 14 de maio de 2010

Moda dos esportes

Esporte radical: das trilhas para as vitrines


Fabiana Garbelotto, especial para o Yahoo! Brasil

Quem pensa que estar na moda significa usar vestidos deslumbrantes de costureiros famosos se engana. Já foi o tempo em que moda se resumia a alta costura. Como a moda é a maneira de as pessoas se expressarem e mostrarem a que universo pertencem, a preocupação com esse quesito sempre foi e ainda é fundamental para o relacionamento de uma comunidade.

Uma forte tendência hoje é a praticidade. O que isso significa? Que vestir-se bem é usar roupas com ótimo caimento e que proporcionam conforto. O estilo campeão nesse quesito é a moda esportiva, que ultrapassou os treinos e as competições e foi parar nas ruas, como trajes do dia-a-dia. “Uma coleção de roupas se desenvolve junto à sociedade. Hoje não há mais a imposição de usar apenas trajes sociais ou esportivos. A busca pela praticidade e pelo conforto falaram mais alto nos últimos anos”, afirma Fábio Priolo, designer da coleção de sapatos da Everlast.

A camisa, a calça jeans e os tênis usados por skatistas, por exemplo, antes confinado a essa turma, atualmente é visto como estilo. As marcas de produtos esportivos têm dois tipos de linhas: a esportiva e a casual. A primeira é sempre adaptada a modalidade da atividade. No caso do surf, as peças usam neoprene, tecido de borracha que isola o frio.

Já para a casual, é realizada uma pesquisa de mercado para levantar as tendências e a cada coleção há novidades e muito estilo. O objetivo é conquistar quem faz desse tipo de roupa sua marca registrada. “A moda com roupas vinculadas às marcas de esporte vão além da vestimenta do dia-a-dia. A indústria investe para que se torne um estilo mais próprio”, afirma Ivonete Amorim, estilista e coordenadora da marca Mormaii.



Roupa pra lá de confortável

A tendência é chamar a atenção também pelo conforto e não apenas pela beleza das peças. Esse conceito veio dos esportes, principalmente aqueles mais radicais e de aventura, pois a praticidade – como uma calça ou bermuda que sequem rápido, ou ainda uma camiseta que facilite a transpiração – são fundamentais.
Os tecidos são fabricados com alta tecnologia, o que traz maior benefício e bem-estar. Micro fibra, tactel, dryfit foram criados para facilitar a vida dos esportistas e hoje podem ser vistos “desfilando” pelas ruas de qualquer metrópole, nas linhas de roupas casuais das marcas de esporte radical.

Os consumidores que não são aventureiros começaram a procurar cada vez mais essas roupas que trazem o conceito de conforto alinhado ao estilo. Segundo a estilista da Mormaii, a procura pela vestimenta casual é maior, ou seja, as marcas de esporte têm mais designers para a moda do dia-a-dia do que para as práticas do próprio esporte.

A influência das escolhas

Um fator que determina a moda é o que está na mídia. Se o skatista Bob Burnquist, ou cantor Chorão, da banda Charlie Bronw Jr, aparecerem em uma festa de premiação com determinada calça e camiseta, os fãs vão procurar essas roupas por se identificarem com o estilo.



Sejam atletas, artistas ou celebridades ligados à moda confortável, os consumidores acompanham essa tendência. “Se uma pessoa famosa usa roupa de escalada, é como se ela desse o aval para que todos usem também. E aquilo certamente vira moda”, fala o designer Fábio.

Acessórios que fazem a diferença
A moda não compreende apenas as roupas, mas todo o conjunto. Os acessórios são essenciais na hora do desenvolvimento e produção de uma coleção. Colares de surf, chaveiros de escalada, botas de rapel. Tudo deve ser pensado para compor o estilo e até montar uma vitrine.

“O consumidor quer entrar na loja e montar um look completo. Não adianta você oferecer uma boa roupa super fashion, sendo que ele não tem o que combinar”, alerta Ivonete. Por isso, as marcas hoje oferecem um leque de opções muito grande.

Que esporte é esse?

Isso é mesmo um esporte?


Fabiana Garbelotto, especial para o Yahoo! Brasil

Asa-delta, paraquesdimos, rafting, kitesurf, escalada, off-road. Essas são algumas das modalidades do esporte radical e de aventura mais conhecidas e praticadas. Mas, muitos aventureiros vão além e, em busca de adrenalina, praticam atividades ainda mais arriscadas e pouco conhecidas.

"As pessoas que querem praticar uma atividade de aventura costumam procurar esportes mais conhecidos, mas antes de dar início à prática, vale a pena pesquisar, pois existem atividades que ninguém conhecem e, muitas vezes, se encaixam melhor no perfil do atleta”, diz Luiz Almeida, praticante e instrutor de esportes radicais. O radical vai além dos convencionais, ele toma a pista e influencia todos os esportes. Conheça um pouco mais daqueles até então, desconhecidos por muitos. Quem sabe assim você encontra o seu favorito?

Canyoning

A prática vai além de escalar cachoeiras. O esporte explora de maneira plena os canyons e rios. O canyoning nasceu da busca pelo prazer de desbravar o novo. Os aventureiros tinham a necessidade de transpor obstáculos naturais e essas dificuldade proporcionaram a possibilidade de chegar a locais antes inacessíveis.

No Brasil, a prática ainda é nova, porém atletas já participam de competições nacionais. Atualmente, o país está entre os 10 maiores praticantes do mundo. Isso se deve a excelentes condições para realização da atividade. Em todas as regiões é possível encontrar canyons e rios de todos os níveis, tanto para iniciantes quanto para os mais experientes.

Arvorismo
A prática se baseia em travessias feitas em cordas de aço, cadeiras e plataformas nas alturas. Por meio desses equipamentos, o praticante se locomove entre as copas das árvores. Essa é uma ótima opção para aqueles que querem contato direto com a natureza. O arvorismo surgiu da necessidade de cientistas e biólogos de conhecer mais a fundo a fauna e flora.

Hoje, existem três tipos: o “técnico” que é feito por pessoas experientes em técnicas verticais, que têm o objetivo de subir ou transpor as copas das árvores; o “acrobático”, que é uma extensão do técnico. Criado para o entretenimento, os obstáculos a serem transpostos contam com certo grau de dificuldade; E finalmente o “contemplativo”, o mais recente, em que o objetivo é observar a natureza em percursos de baixa dificuldade, construídos com passarelas firmes, proteções laterais de redes e amplas plataformas de parada.



Orientação

Talvez menos conhecida que todos, a orientação é um esporte (é um esporte ou uma atividade?) que requer muito raciocínio. O objetivo é encontrar um determinado local no menor tempo possível, passando por pontos determinados, com a ajuda de mapas e bússolas. A prática se divide em quatro categorias: pedestre, mountain bike, esquis e trail orienteering (para os portadores de necessidades especiais).

Habilidade e preparo físico são colocados a prova. A orientação pode ser praticada em qualquer local que a natureza ainda esteja preservada, bastando para isso uma organização e mapas do percurso. Além disso, antes de qualquer prova o ideal é que tenha apoio e pessoas que já tenham feito aquele caminho.Atualmente existem inúmeros clubes de orientação no Brasil, todos ligados a Confederação Brasileira de Orientação (CBO), que é a entidade que determina e regulamenta todos os campeonatos em território nacional.

Balonismo

Nas alturas. É dessa forma que se resume o balonismo. Os melhores locais para a prática do balonismo são as grandes planícies, com muitos pastos e áreas abertas. Dessa maneira a decolagem, o acompanhamento da equipe de terra e o pouso se tornam mais fáceis. Pode parecer monótono para muitos ficar voando pelo céu dentro de um cesto, mas a emoção de poder ver lá de cima vale a pena.

O Brasil pelo seu imenso território é muito favorável para a prática do esporte. A prática surgiu em 1783 e até hoje ganha muitos adeptos. Atualmente existem campeonatos de balonismo por todo o mundo. O principal local para a atividade no país é Piracicaba, no interior de São Paulo, local em que se realizam os campeonatos brasileiros. As competições primam pela técnica e precisão.


Aquaride

Quem diria que a velha brincadeira de se atirar em um rio com uma câmara de pneu, iria virar um esporte? Também conhecido como boia-cross, a atividade é um esporte de aventura individual e tipicamente brasileiro. Velocidade e adrenalina são fatores mais do que obrigatórios. Em um mini bote inflável, sobre o qual o praticante fica deitado, desliza-se pelas corredeiras.

Existem duas versões da prática. A básica, para iniciantes que nunca se aventuraram e a radical, para aqueles que já têm prática no percurso básico e procuram mais emoção. Esse último é realizado em regiões em que a correnteza é mais forte e exige maior conhecimento.

Espeleoturismo

A prática consiste em explorar cavernas com a ajuda de lanternas. É preciso ter boa tolerância a lugares fechados e escuros e estar preparado para as surpresas que o esporte proporciona como o contato com os morcegos, habitantes naturais desses locais.

Entre os principais cuidados dos praticantes está a atenção com as cheias repentina de rios. Pisos escorregadios e instáveis podem causar quedas e é comum bater a cabeça em ornamentações e tetos baixos. Por isso, o capacete é item de segurança obrigatório.

Sandboard

Deslizar por dunas de areia realizando manobras radicais a bordo de uma prancha. Esse é o sandboard, um esporte que mistura as manobras do surfe, do skate e do snowboard, proporcionando muita adrenalina aos praticantes. A prática pode ser realizada em qualquer lugar que tenha uma duna. Os picos mais conhecidos no Brasil são Santa Catarina e o Ceará.


No sandboard existem quatro tipos de competições. O Big Air que é a modalidade de saltos com manobras. O Slope Style é semelhante ao street do skate em que os obstáculos são rampas e corrimões. O Boardercross é uma corrida entre quatro atletas em um percurso com obstáculos, rampas e curvas fechadas. E para finalizar o Slalom, que consiste em uma descida de velocidade, com o percurso marcado por bandeirinhas que devem ser contornadas.